Com o Sabin até o fim

Eles nunca estudaram Inglês fora do Sabin. E nunca precisaram.

Carina Álvarez planeja uma especialização no exterior depois de se formar, algo na área de Engenharia ou Química. Daniel Jardim também pretende estudar fora; tentará cursar Administração na FGV e já manifesta interesse nos programas de intercâmbio da instituição. Roberta Lionello quer ser diretora de cinema. Entre suas opções, considera uma vaga na conceituadíssima Universidade de Nova York. E afirma: “Quero ganhar um Oscar”.

Sonhos ambiciosos, sim, mas, no que depender do domínio do Inglês, possíveis. Colegas de turma na 3ª série do Ensino Médio, Carina e Roberta são certificadas no idioma com o FCE e o CAE. Também concluinte do Médio, Daniel já tem o CPE*, o mais avançado dos diplomas de Cambridge. E, além da fluência, os três têm outra coisa em comum: estudam no Sabin desde a pré-escola e nunca fizeram curso fora do Colégio.

“Sempre tive facilidade com o idioma, então, nunca senti necessidade”, diz Roberta. Carina acrescenta: “Esse foi, inclusive, um dos motivos de meus pais me colocarem aqui: não precisar fazer Inglês fora”.

Para Daniel, os certificados de fluência são “a maneira mais clara de verificar” a qualidade do ensino de Inglês do Sabin. “Você vê o padrão exigido pelos exames de Cambridge, ou pelo TOEFL, que é mais popular, e está tudo dentro do que o Sabin ensina”, diz o jovem. Assessora pedagógica do Departamento de Inglês, Margareth Gatto concorda: “Eu digo para qualquer aluno que tenha o FCE: se pedirem o TOEFL, vá tranquilo”. (Vale apontar que os certificados TOEFL têm prazo de validade; os de Cambridge são para a vida toda.)

Os índices de aprovação nos exames de Cambridge, consistentemente próximos a 100%, corroboram o que dizem o aluno e a assessora. Em julho, dos 42 alunos que tentaram o FCE, apenas 2 não tiveram êxito; já os 8 que tentaram o CAE, e Daniel, único a prestar o CPE, foram todos bem-sucedidos. (Neste mês, mais 28 tentarão o FCE; 9, o CAE; e 3, o CPE).

Afora os resultados, a qualidade do ensino do Sabin não parece ser motivo de dúvidas para os alunos. Daniel tem uma teoria: “Acredito que haver um departamento específico para o Inglês seja bem importante, porque dá liberdade para os professores trabalharem de maneira mais independente. Talvez, se fosse subordinado à Coordenação do Ensino Médio, seria mais focado no vestibular. Como não é, ele pode ir além”.

O mais jovem dos entrevistados, Gabriel Naufal, aluno da 1ª série, com o FCE já no currículo, elogia o material e os métodos pedagógicos: “Não é só que o Departamento já é estruturado como um curso de línguas mesmo. A quantidade de filmes que a gente vê e de livros que lê é grande, as atividades são interativas e bem cativantes”.

Já Roberta faz uma crítica aos paradidáticos adotados. “A gente tem capacidade de ler livros mais densos”, diz a jovem. O Colégio a escutou: “A partir de 2017, as turmas do FCE em diante já não vão mais ler os livros nas versões reduzidas e adaptadas para jovens, serão textos integrais”, diz a assessora Margareth.

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